Capítulo V | Crônicas










O ruído ordinário da porta corrediça automática lhe assegurou de uma parcela quase insignificante de nostalgia, pelo menos era a segunda vez que visitava o local. Não havia nada de novo ou surpreendente para que pudesse botar reparo, seja na sequência de espetaculosos trampolins, na ambientação aquecida pela claridade e o calor fornecidos através de um vistoso painel solar acoplado ao teto luxuoso de vidro ou na enorme piscina de águas cristalinas e bonançosas. Tudo era muito bonito, de fato, mas não se sentia exatamente agradecido pela razão de se tratar de um reencontro fatídico aos seus erros, na verdade.





Ainda assim, seu breve sorriso de canto e seu porte emplumado evidenciaram que deveria guardar um ás na manga, ou, no mínimo, compensaria as desavenças de outros compromissos para honrar a sua presença no Ginásio de Cerulean, conforme a placa de madeira com um toque litorâneo em sua decoração o informava mais uma vez. Ajeitou a gola de sua camisa preta tão bem abotoada como exuberantemente alinhada e, em seguida, tratou de conferir, através do reflexo da piscina, se seu penteado estava nos conformes e se ainda estava em plena forma com um gingado que só a sua personalidade cativante para o sexo oposto poderia desfrutar. Por sorte, ou forte preparação, estava tudo ok.









— Beleza. — Por último, mas não menos importante, conferiu o seu cinto com as Pokébolas necessárias para o seu próximo confronto. — Tudo vai dar certo dessa vez. Você ganha. Impressiona ela e consegue o seu telefone. Numa boa!





Não tinha lembranças muito convidativas a respeito da última batalha. Apesar de ter dedicado um bocado com seus principais e mais usados Pokémon, Pidgeotto e Eevee, algum fator decisivo impediu que conquistasse sua vitória. Para ser sincero, estava bem longe dela quando o resultado desastroso foi anunciado pelo árbitro. Não havia derrubado sequer o primeiro Pokémon da Líder do Ginásio, seja por falta de concentração ou pela diferença de poder de ambos.





De qualquer maneira, não se deixaria levar pela pressão externa ou, no pior dos casos, pela beleza exuberante que aquela estonteante moça dos cabelos ruivos. Quase pôde dizer que deveria ser proibido alguém com um padrão de perfeição tão requintado assumir um cargo como esses; embora, neste caso em específico, estaria cometendo um terrível engano se o dissesse.





— Ora, ora. — Tão logo, o rapaz é convidado à melódica e um tanto sarcástica voz daquela que não conseguia desanuviar a imagem de sua mente. — Não imaginei que teríamos uma revanche tão cedo, hm- Gary, certo?





Sem perder a postura, o garoto se curvou brevemente em um gesto cavalheiro à mocinha e, logo, um sorriso tão idiota quanto determinado foi estampado em sua face bem-humorada.





— Bem, na verdade, eu esqueci de te dizer que a primeira batalha era apenas um aquecimento, sabe? — Deu de ombros, fingindo despreocupação. — Para te conhecer melhor e tal. Seus métodos de batalha. Outras coisas. — Pelo tom de voz, evidenciou uma ponta de malícia até o fim da frase.





— Ah, sim. Então, tá bom. — Riu de leve, assim que terminou de prender seus cabelos fortes como o fogo em um único rabo-de-cavalo lateral.





Se Gary objetificou tanta confiança perante a situação, estava quase revendo os seus conceitos quando soube que a Líder se despiria de seu roupão. Ela deveria ter o quê? Quinze ou dezesseis anos, talvez a mesma idade que ele, dependendo da resposta. Mas, que seu semblante petrificado e sequer disfarçado e raios partam perante a visão deslumbrante que um garoto como ele poderia sonhar — e, mais do que isso, presenciar ao vivo e a cores — à sua frente.





Se bobear, tinha decorado o mapeamento tão elegante de sardinhas que a pele clara do seu rosto compartilhava em vantagem com seus olhos tão representativos às águas de sua piscina, assim como cada detalhe daquele maiô azul-escuro, com uma pegada esportiva, nem um pouco discreta uma vez que realçava tanto as curvas quase perfeitas que, sim, só alcançariam a absoluta perfeição quando ele tivesse o privilégio de tocá-las. Mais um pouco e, se deixasse, estaria babando com uma feição de um bobo alegre, se não fosse trazido de volta das nuvens.





— Alô-ôu? — A moça acenou algumas vezes perante o campo de visão do menino, tanto achando graça como preocupada com tamanha esquisitice. — Ouviu o que eu falei?





— A- Ah, eu — Se recompôs com o semblante envergonhado, o que durou poucos segundos; a sua cara de pau conseguia ser maior do que quaisquer qualidades ou defeitos que carregava em sua personalidade. — Na verdade, eu estava imaginando como eu não só poderia conquistar a minha Insígnia da Cascata, como também o seu coração cristalino.





— Realmente. — Escondeu o riso de deboche. Se foi uma cantada tosca ou apenas um galanteio da forma mais errada possível, não pagaria para ver a continuação. — Seriam dois Nidoram numa cajadada só. Mas seria uma pena se você não conquistasse nenhum dos dois.





— Dois por dois está bom para você, senhorita Waterflower? — Assim que sacou sua primeira Pokébola, lançou o desafio. Não tinha certeza se ela tinha apreciado a investida, mas, pelo ar generoso que exalava, não teria sido de todo ruim. Ou só estava pensando que era um pobre coitado, mas deixou por isso mesmo.





— Hm, tá ótimo. — Sorriu, simpática.





Não demorou muito para que os preparativos para a batalha fossem ajustados. Como ajustes, na verdade, Gary só precisaria se posicionar ao marco final da piscina enquanto a Líder do Ginásio assumiria o marco inicial, à frente de um trampolim central, possivelmente o maior de todos. Por um breve momento, chegou a se questionar se as vestimentas aquáticas eram necessárias e se já havia batalhado em conjunto com seus Pokémon enquanto nadava — o que, em sua opinião, seria muito mais empolgante.





Já estava tudo esquematizado. Ela começaria com o Staryu, um Pokémon que pôde conhecer bem, apesar da derrota humilhante. Provavelmente o outro seria a sua evolução, se seus palpites estivessem corretos; não parecia ser do tipo que mudaria a estratégia para uma revanche, ainda mais quando se simpatizava com os desafiantes, o que era o seu caso — ao menos, aparentava ser.





De repente, seus devaneios foram interrompidos com a presença do árbitro. Era só um senhor calvo, de uns quarenta ou quarenta e cinco anos, sem gracinhas ou papo-furado; estava ali apenas para levantar algumas bandeiras e oficializar a coisa; suspirou sem muita ênfase.





— A batalha entre o desafiante, Gary Carvalho, e a Líder do Ginásio de Cerulean, Misty Waterflower, está para ser iniciada! — Seguiu de uma breve pausa, tempo suficiente para posicionar uma bandeira em marcação. — Apenas dois Pokémon poderão ser usados neste confronto. Não será permitida qualquer substituição de ambas as partes. Que iniciem a batalha! — Deu a largada com a bandeirola.













A festa de quase-aniversário de Max seguiu conforme o planejado, embora não houvesse muito mais o que ser feito. O bolinho — que, por acaso, o Professor Carvalho tinha esquecido de avisar aos demais — era do sabor de chocolate frutado e nunca seria dispensado pelo aniversariante, embora estivesse muito mais empolgado com o seu presente antecipado do que com o restante.





Ainda assim, não deixaria de reparti-lo aos outros, inclusive para o seu novo Pokémon e o trio de criaturinhas que tinha acabado de conhecer. Apesar de que Ralts não saiu do seu colo enquanto experimentava do doce, Squirtle Pikachu e Charmander foram os mais sociáveis, seja com as faces lambuzadas de chocolate ou com seus semblantes divertidos perante os espectadores da cena marcante.





— Eu acho que devia ter pensado num bolo maior. — Disse e riu o Professor assim que conferiu a última e minúscula fatia aos olhos pedintes de ninguém menos do que seu Bulbasaur que beirava a porta de saída dos fundos a todo momento com a ajuda de seu chicote de vinha.





— Calma. Calma. — Num tom apaziguador e mais delicado possível, May acalmava os ânimos frenéticos de seu Pokémon tartaruga à medida que tentava limpá-lo com um lenço de guardanapo. — Viu? Bem melhor agora. — Sorriu, satisfeita.





— Squer? Squer’daw! Squeer’daw! — Sem nenhum motivo aparente, a criatura aquática correspondeu o gesto e saiu correndo em passos curtos e desajeitados até os demais. Provavelmente, o nível de açúcar trouxera emoções contagiantes; o que só estragou a oportunidade de May registrar uma foto com o seu celular, mas a situação foi compreensível.





— Caraca — Ainda impressionado com a figura à sua frente, Max não conseguia deixar de encará-lo. — Um Pokémon. Pra mim! Não tem como esse dia ficar melhor!





— Ei! — Tão animado quanto, Ash se juntou ao lado do garotinho. — Eu nunca tinha visto esse Pokémon. O que a Pokédex tem a dizer a respeito? — De prontidão, sacou o aparato tecnológico em mãos.





Ralts: o Pokémon sentimental — Ralts sentem as emoções dos humanos com a ajuda dos chifres em sua cabeça. Estes Pokémon raramente aparecem diante das pessoas. Quando isso acontece, eles se tornam mais próximos quando sentem que elas têm energias positivas.”





— Nossa! — Radiante, o garoto de óculos mirou atentamente ao dispositivo apontado. — Você tem uma Pokédex! Irado!





— Acabei de ganhar, na verdade. — Riu de forma divertida. — Você também vai sair numa jornada Pokémon?





— Ér, na verdade, eu ainda não sei. — Sorriu, embaraçoso. — Eu nem imaginava que ganharia o meu primeiro Pokémon ainda hoje. Tenho só nove anos.





— Aliás, eu acho que nem nos apresentamos direito, né? — Estendeu a mão ao caçulinha. — Eu me chamo Ash Ketchum e esse aqui é o meu parceiro de viagens até o infinito, o Pikachu!





— Eu sou o Max. — O cumprimentou, com ligeira graça a respeito da apresentação. — Max Mapple. Hã, aspirante a- acho que ainda não sei.





— Pika-chu! Pika-pika! — Não diferente do dono, o Pokémon elétrico também acenou ao menininho.





— É um prazer conhecer você também, Pikachu. — Sorriu ao próprio.





— Ah, Max! — O Professor os interrompeu, assim que se levantou. — Tenho mais um presente para você.





— Se quiser vir com a gente, tenho certeza de que formaremos um time e tanto! — Antes que Max dirigisse a atenção ao Carvalho, Ash enfatizou com um sorriso enérgico e um sinal positivo com o polegar.





— Aqui. Vê? — O entregou o mesmo modelo visto nas mãos do jovem Ketchum. — Não poderia deixar você ir embora sem uma Pokédex. Ah, claro, com algumas Pokébolas também. Cortesia da casa, digamos. — Riu com gosto.





— Uau! — Alargou a expressão sorridente até onde não comportava mais espaço em seu rosto. — Obrigado, Professor!





Por um brevíssimo momento, o ambiente foi tomado pelo silêncio enquanto observavam o companheirismo dos quatro Pokémon presentes. Apesar de não entenderem a comunicação tão rotineira das criaturinhas, simbolizavam um bem-estar cativante. Enquanto o Squirtle de May não se resolvia se brincava e atazanava os seus colegas ou se rodopiava em volta da nova amiga, Pikachu eventualmente encarava, com uma profunda curiosidade, o rabo flamejante do mais novo integrante da equipe, Charmander, até quase se arriscava a tocar, se não ficasse tão quente à medida que se aproximava — por outro lado, o próprio lagartinho se gabava ao segurar a sua cauda e tocar nas labaredas sem nenhum problema. Não distante dos demais, Ralts nutria de uma introversão que o permitia chegar aos poucos perto dos demais, porém acabava se divertindo pela empolgação que rondeava as peripécias do trio.





O Professor exalou um suspiro satisfeito, apesar do olhar suavemente nostálgico e entristecido, antes de se sentar em sua poltrona mais uma vez.





— Encontrar e capturar todos os Pokémon. Esse era o meu sonho quando mais novo. — Se divertiu com as lembranças de sabe-se lá quanto tempo atrás. Rodopiou um bocado da cadeira e encarou os Pokémon ao lado de seus treinadores. — Mas eu estou tão velho para isso agora.





— É um sonho e tanto, Professor. — Complementou Ash, positivo. — Eu, por exemplo, quero me tornar o maior Mestre Pokémon desse mundo!





— O que tem que fazer para ser um Mestre Pokémon? — Questionou Max, assim que não obteve uma resposta própria do conceito.





— Um Mestre Pokémon é algo como- bem, um Mestre Pokémon — O rapazinho prosseguiu com um semblante confuso. — Eu acredito que é aquele treinador que quer ser o mais forte e que, ao mesmo tempo, corre atrás de todos os seus sonhos ao lado de seus Pokémon, seja nas horas boas ou ruins!





— É uma boa definição, Ash. — Inquiriu o Professor Carvalho, confortado com a resposta sem muito caráter técnico, porém dita com integral honestidade.





— Eu ainda não sei o que eu quero ser. — Disse Max, pensativo. — Sempre disse que seria um Líder de Ginásio. O melhor Líder, na verdade. Melhor que o meu pai!





— Você nunca será melhor do que o papai, Max. — A única vez que May entrosou na conversa foi com o puro tom de deboche, tão logo retornou à atenção ao seu Pokémon.





— Ninguém falou com você, sua papuda. — Mostrou a língua à menina e retornou ao diálogo mais agradável. — Mas eu acho que quero aprender mais sobre os Pokémon também, tipo como um pesquisador ou alguma coisa parecida. Ah, cara! Eu não sei. São muitas coisas!





— E quanto a você, May? — Interveio Carvalho. — Já pensou nas aventuras que vai compartilhar ao lado de seus Pokémon?





— Hm, na verdade — O semblante da garota logo evidenciou a mínima ideia sobre o assunto. — Eu ainda não pensei muito nisso, Professor. Desculpa.





— Acho que vocês vão encontrar o que quer fazer à medida que estiverem em suas próprias jornadas. — Comentou Ash, simplório.





— Ele tem razão. — Se levantou, espreguiçou-se um bocado e, depois de um estalo das costas, sorriu mais uma vez aos demais. — Sonhos não se formam da noite para o dia e, bem, vocês ainda têm todo o tempo do mundo pela frente.





— Ah, mas eu acho que isso vale pro senhor também, né? — Retrucou Max, um bocado esperançoso. — Quer dizer, a mamãe vive dizendo: nunca é tarde para recomeçar. Acho que ela sempre diz isso quando queima um bolo e tenta fazer outro.





— Bem, eu — Parou para refletir por breves momentos. — Você não está de todo errado, Max. Não mesmo. — Acabou por gargalhar assim que se deu por vencido.






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— Ei! — Ash se manifestou com euforia. — O que acha de estrearmos nossos Pokémon com uma batalha? O que me dizem, Charmander? Pikachu?





— Char! Char-mander! — Vociferou uma insignificante brasa de suas narinas, mas se mostrou competente e apto ao confronto.





— Pika! Pika-chu! — Como o parceiro insubstituível do jovem Ketchum, impossível que recusaria um pedido tão animado de seu amigo; mesmo que fosse apenas o espectador.





— Demais! O que acha, Ralts? — O menino de óculos foi o primeiro a favorecer o plano, assim que afagou seu novo Pokémon em seu colo. Com os bracinhos erguidos, pareceu positivo quanto à ideia. — Vamos lá!





— Beleza! — Cerrou o punho, redobrado de animação. — Você vem, May?





— Ah, não. Nossa mãe já deve estar preocupada. — Acenou um gesto de despedida ao Professor. — Obrigada por tudo, Professor Carvalho.





— Não há de quê, May. — Sorriu de volta. — Se lembre do que dissemos: não tenha pressa quanto aos seus sonhos. Desejo boa sorte em sua futura jornada.





— Então, onde vamos batalhar? — Por outro lado, Max não desejava ir embora tão cedo e, na premissa de sua primeira batalha com alguém que ansiava o mesmo, sua mãe não estava tão preocupada quanto a anticlimática da sua irmã dizia.





— Tem uma pracinha tranquila bem perto daqui. — Sugeriu o jovem Ketchum. — Aliás, se quiser, eu te acompanho até a sua casa depois para que sua mãe não encrenque contigo.





— Ah, fica tranquilo. — Deu de ombros. — A May é chata mesmo. Só queria ir embora porque detesta batalhas. Deixa pra lá, vamos para a pracinha!





— Então, tá beleza. — Conservou o olhar em direção de Carvalho. — Você também vai, Professor?





— Hm — Consultou as horas em seu relógio de pulso. — O dia está bonito e eu não tenho muitos afazeres para hoje. Acredito que eu posso acompanhá-los, sim.





Antes de deixarem o ambiente, são obstruídos pelo toque do telefone de gancho quinquagenário do Professor. Com um breve pedido de um minuto, o senhor o atende.





— Laboratório do Professor Carvalho. Sim?





Os olhares curiosos dos dois garotos aguardaram pela mudança do semblante do velhote.





— Ah, sim. Sim! — Riu com gosto. — Seu filho está aqui, senhorita Ketchum. Não. Imagina! Não está causando nenhum problema.





— Ih. — O referido arregalou os olhos, temente de que havia perdido a hora do almoço.





— Hm, eu entendo. Mas não se preocupe. Ele está com um novo amigo. O filho dos Mapple. Sim, o caçula. — Observou Max por curtos segundos. — Aham. Sim. Se não for incomodar a senhorita — Seguiu de uma breve pausa. — Tudo bem. Eu levo os garotos. Até logo, senhorita Ketchum!





— Eu tô encrencado? — Ash arriscou na pergunta.





— Ah! — Gargalhou de leve. — Não, não. Ela só queria saber se você ainda estava aqui. Pelo visto, perderia o almoço se não fosse por esse telefonema.





— Então, não vamos poder batalhar agora? — Indagou Max, ciente de que teria que remarcar o confronto por forças parentais.





— De maneira alguma. Eu consigo segurar alguns minutinhos e posso dizer que precisei parar no caminho por causa de alguma câimbra ou dor nas juntas. Ao campinho?





— Sim! — Responderam em uníssono.













E assim, encerra-se o nosso capítulo de hoje. Além do primeiro Pokémon, Max está prestes a ter a sua primeira e oficial batalha Pokémon ao lado de Ash Ketchum, um novo treinador e amigo que carrega tanta empolgação quanto ele. Sob a companhia do Professor Carvalho, independentemente do resultado do confronto, ambos têm certeza de que será uma experiência incrível.





E A JORNADA CONTINUA...

PUBLICAÇÃO ORIGINAL em 24/05/2022

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